Coreme: está ligada ao Hospital do Servidor Público

Passado, presente e futuro

O Dr. Israel Ferreira da Silva, nos fez um relato da história da COREME e da sua importância na saúde pública

  1. Fale-nos sobre a história da Coreme e sua importância na saúde pública?

As Coremes são comissões normatizadoras, representadas por preceptores, supervisores de cada área e especialidade, residentes e outros representantes que o regimento interno definir. Devem ser compostas por profissionais de notório saber, devido às funções específicas na formação médica. Os coordenadores e membros também devem guardar fiel observância à lei, tanto na constituição da comissão, quanto na condução dos programas de residência médica (PRM).

Os PRM do Servidor foram iniciados informalmente em 1962 e as Coremes foram instituídas desde 1966. A Comissão Nacional de Médicos Residentes (CNRM) foi criada por decreto presidencial N° 80.281 de 05 de setembro de 1977.  Devido à importância das Coremes, o Governo do Estado de São Paulo, através do decreto N° 57.865 de 13 de março de 2012, artigo 2 – II determinou; Coreme: integrada por profissionais que exercem preceptoria nos PRM, coordenado por membro eleito entre seus pares, que possui regimento interno, que tem por atribuições principais supervisionar a execução dos programas, avaliar a qualidade dos mesmos e manter relações institucionais com os órgãos reguladores da RM.  Por ser considerado “padrão ouro” em formação médica, alguns PRM foram elencados pelo Governo do Estado de São Paulo como prioritários, devido à importância na saúde pública, tais como: anestesiologia e UTI neonatal.

  1. Quando começou o seu vínculo com a Coreme e por quê? Há quantos anos preside a Coreme?

Iniciei as minhas atividades como coordenador da Coreme do HSPE no Governo Mario Covas em 1997. Naquela época, a metade dos PRM do hospital se encontrava descredenciada e a RM requeria atenção especial. Atualmente, todos os 38 PRM do servidor estão credenciados pela CNRM. Lembro-me da minha primeira reunião na FUNDAP, que era o Fórum de discussão dos PRM do Estado de São Paulo. Naquelas reuniões mensais, tinham assento, além do Servidor, as Universidades Estaduais (USP, UNICAMP e UNESP), os PRM da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, o Hospital Santa Marcelina e a Santa Casa de São Paulo. Quando me apresentei como coordenador do Servidor, sequer consegui me manifestar. Depois de alguns anos de trabalho, participando e atuando nas diversas atividades relativas à RM, tenho o privilégio de ver o Servidor realizando vistorias em outras instituições, sendo respeitado e parceiro da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo no tocante ao financiamento de bolsas para nossos programas. Além disso, o Servidor é hospital de referência para receber residentes provenientes da rede, tanto para estágios opcionais quanto para egressos de PRM descredenciados.

  1. Em novembro do ano passado 4.472) candidatos concorreram aos PRM do Iamspe, apenas 130 conseguiram vaga.  A que o senhor atribui a grande procura e a um número tão reduzido de vagas?

O concurso para ingresso aos PRM do Servidor é o maior do país, dentre as instituições isoladas. No Estado de São Paulo é superado em número de candidatos, somente, pelo Concurso do SUS. A grande procura deve-se à qualidade dos PRM oferecidos e a lisura do concurso.

A pouca oferta de vagas deve-se à dificuldade de novos financiamentos de bolsas para PRM. Em 1997, o número de bolsas que o Governo do Estado destinava ao Servidor era 283 e atualmente são 318. Cada bolsa adicional conseguida, ano após ano, deveu-se ao reconhecimento pelo governo da seriedade do nosso trabalho e a busca crescente de vagas aos nossos PRMs.

Os candidatos sabem que não há qualquer favorecimento e a única condição para ser habilitado é ser aprovado nas provas. Nos últimos quinze anos, quando estivemos na coordenação da Coreme, não ocorreram qualquer notificação ou queixa em relação à lisura na condução dos concursos e na admissão dos candidatos. A participação ativa dos preceptores e supervisores de programas, dos membros e da secretaria da Coreme, que sempre se mantiveram unidos, motivados e plenamente operantes, mesmo nas ocasiões mais adversas, validaram esses resultados.

  1. Três trabalhos de monografia produzidos pelos residentes foram premiados. Eles abordaram temas nas áreas de medicina do trabalho, ginecologia e obstetrícia e terapia intensiva. Estes trabalhos recebem apoio para divulgação? Se sim, quais?

A monografia de conclusão (MC) tende a ser obrigatória em todos os PRMs. Atualmente, os serviços de anestesiologia, oftalmologia, medicina do trabalho, dentre outros, exigem a MC. Para incentivar a produção dessas monografias, a Coreme instituiu um prêmio durante a formatura dos residentes para os 3 melhores trabalhos. Esses trabalhos podem ser publicados na revista médica do Iamspe.

 

  1. Estivemos recentemente na Ameriamspe e verificamos que, no momento, estão sem um presidente. O senhor poderia nos explicar o motivo?

Recentemente, foi apresentado um novo representante dos residentes na Coreme, Dr. Bruno de Carvalho Mancinelli, R3 do PRM da Ginecologia, que é a mesma clínica do atual coordenador da Coreme, Dr. Reginaldo Guedes Coelho Lopes, indicado pelo diretor do Cedep, Dr. Abrão Elias Abdala e designado pelo superintendente, Adm. Latif Abrão Junior.

  1. A lei não prevê eleição para o coordenador e membros da Coreme? Por que isso não foi observado?

 

Sim, como foi citada anteriormente, a lei é muito clara e define a eleição de todos os membros da Coreme. Esse assunto foi abordado nas plenárias nos dias 22 e 23 de maio de 2012, do CEFOR (Coremes do Estado de São Paulo) e do CEREM (Comissão Estadual de Residência Médica), respectivamente, e não houve dúvida quanto à exigência da lei, mas o diretor do Cedep e o superintendente avaliaram de forma diferente, cujos motivos desconhecemos.

No entanto, desejo muito sucesso ao novo coordenador e que o mesmo observe sempre os ditames legais e se empenhe nos reais objetivos da Coreme, que é buscar novos financiamentos de bolsas para RM, ampliar e adequar os programas, convergindo esforços de todos aqueles que têm orgulho em pertencer aos quadros do Iamspe e do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo.

Dr. Israel Ferreira da Silva,

Ex-Coordenador da Coreme

Ex-Diretor do Serviço de Anestesiologia.

Supervisor do PRM de Anestesiologia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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