Entidades médicas fazem análise da saúde pública

Durante a posse da nova diretoria da Amiamspe, no dia 12 de dezembro de 2013,  o desempenho da Associação e a situação da saúde pública foram os temas dos discursos

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Após o Dr. Otelo Chino Jr.  dar a posse da presidência ao Dr. Gerson Mazzucatto, ele passou a palavra ao Dr. Queiros que agradeceu o convite em nome da diretoria do Hospital e também da Superintendência. Disse que como médico atuante da casa estava ali para ajudar em algumas conquistas, onde o foco é valorizar o médico, às vezes está em uma contra mão, e que nós estamos conseguindo valorizar. Continuou “-a ideia é que refletimos o que é uma necessidade comum, é ver o paciente feliz, fazer o bem. E quando o médico está bem, ele faz o bem melhor. Vamos continuar nessa luta, para que o médico fique cada vez numa situação mais confortável, para refletir no seu fim maior. Parabéns ao Otelo e ao Mazzucato eu possa prosseguir com o apoio de todos aqui e o meu apoio como sempre”.

Em seguida falou o Dr. Erivalder que agradeceu o convite e mais uma vez o fato de testemunhar a dedicação e a firmeza do Dr. Otelo em ter conduzido de forma brilhante a Associação que tem uma importância grandiosa, não só para o bem do médico do estado de São Paulo, mas para todo o país. Que tem uma história de luta pela defesa da democracia, em defesa do médico paulistano, em defesa da sociedade, de todos os funcionários públicos do estado de São Paulo. Disse ele: “- o Otelo está passando para o Mazzucato, essa direção. Para mim, como amigo pessoal, é uma honra, inclusive estar aqui, e sabendo que com toda a certeza que essa continuidade dessa luta e dessa história se dará da mesma forma, dentro da mesma performance. Nós sempre esperamos que a gestão que chega seja melhor que a anterior, parabéns a todos vocês”.

A seguir falou o Dr. Florisval Meinão, médico dessa casa, e presidente da Associação Paulista de Medicina. Cumprimentou a todos. Sentia-se honrado de estar naquela mesa. Disse: ” – já fui presidente da Associação e tive a satisfação de passar a presidência para o Otelo, em 95, quando passei a atuar na APM. Parabenizo o Mazzucato pela escolha e afirmo que a Amiamspe é uma entidade que tem uma trajetória vitoriosa, de mais de 50 anos. E são 50 anos marcantes, na história da medicina. Sempre esteve presente na linha de frente, na defesa da qualidade e da assistência à saúde. Na qualidade dos serviços médicos e nas lutas políticas. Nós iniciamos aqui no Iamspe em um momento em que havia um cenário político extremamente desfavorável, uma ditadura e a Amiamspe sempre se pautou por sua ação política, não só na área da saúde mas da política como um todo, resistindo àqueles momentos tão difíceis da nossa história, por essa razão ela goza de prestígio e isso é uma grande responsabilidade, tanto para o atual presidente como para todos os componentes da diretoria. Acho que vocês assumem em um momento particularmente importante.”

Continuou ele: “- acho que a medicina hoje vive um momento crítico, a medicina e os médicos. Nunca imaginei que nos meus 40 anos de exercício da medicina eu iria ver tamanha agressão quanto houve neste ano. O governo federal, através de uma legislação, muito pouco debatida com a sociedade, interferiu decisivamente, no exercício da medicina, na qualidade dos serviços médicos, e nas políticas de saúde. Conseguiu trazer médicos do exterior, sem revalidação dos seus diplomas. Está aqui o presidente do Conselho Regional de Medicina. Nós tivemos a oportunidade de acompanhar a documentação que vieram com esses médicos, que são absolutamente insuficientes, não sabemos se são médicos, se têm realmente o curso de medicina. Os Conselhos forma marginalizados e seu papel de regulação da medicina foram encampados pelo Ministério da Saúde e seguem hoje à toque de caixa. Temos que conviver com médicos que não sabemos se têm qualidade para prestar assistência médico no nosso país. Apesar do que disseram, que eles não iriam passar pelo revalida porque teriam que ficar somente no programa Mais Médico. E todos nós acreditamos nisso. Só que a presidente Dilma, vetou esse artigo e hoje esses médicos podem desenvolver atividades em qualquer lugar.  Então, conseguiu-se isso”.

Adiantou ainda: “- em abril nós estivemos com a presidenta Dilma, era outro o presidente do Conselho Federal de Medicina, ela nos garantiu ela e o Ministro da Saúde, que não queriam médicos sem revalidação, só que esse contrato com os cubanos já estava assinado em março. Portanto, são interlocutores pouco confiáveis, esses que nós estamos hoje tratando.

O Conselho Federal de Medicina numa tentativa de salvar os dedos, indo os anéis, negociou a carreira médica na aprovação da leis dos mais velhos. A presidente Dilma vetou. Ela interferiu numa coisa gravíssima, que é a formação de especialistas, mudou drasticamente o critério da residência médica, e modificou os cursos de medicina. E os médicos eles foram tratados como os grandes vilões do Sistema Único de Saúde. E abandonou-se a discussão sobre o financiamento da saúde pública. O projeto de lei, de inciativa popular, tem um valor extraordinário, porque é uma manifestação da sociedade, buscando mais recursos, o que está encostado, foi apensado a um outro projeto de lei, e já está desfigurado e nós, mais uma vez, vamos perder a oportunidade de ter um financiamento de saúde adequado ao nosso país, que é a principal causa, das mazelas do SUS. Eu digo isso porque a Amiamspe tem-se posicionado claramente nesta questão. As entidades médicas todas estão se colocando. Esse é o momento para não haver dúvidas. Nós estamos em ano eleitoral e os médicos tem que influir decisivamente nesse processo. É inaceitável que nós tenhamos que assistir calados a tamanha agressão a médicos e a medicina. Conto com a Amiamspe e a Associação Brasileira de Medicina vai estar na linha de frente nesse debate com a sociedade. Muito obrigado”.

O Dr. João Ladislau, presidente do Conselho Regional de Medicina e médico dessa casa foi o seguinte. Disse ele: “- quero cumprimentar o Dr. Otelo pela gestão, ao Dr. Gerson pela eleição, a todos os presentes. Em poucos dias eu retorno aqui no Servidor. Por duas vezes trabalhei aqui, por mais de 20 anos, foi um dos lugares que eu tive o maior prazer de trabalhar, além de trabalhar participei ativamente da Amiamspe, só abandonei a associação depois fui para o Conselho.

A Amiamspe realmente tem uma história muito importante no Servidor, não só no Servidor mas em todos os movimentos na cidade de São Paulo. Provavelmente é uma das associações de médicos mais importantes no Estado de São Paulo. Tem uma influência muito grande. O Conselho, o número de conselheiros que nós temos. Essa entidade tem um papel fundamental e deve continuar tendo. E tem porque o corpo clínico é extremamente atuante. Provavelmente é um dos primeiros hospitais público, que elege a diretoria clínica. Vim aqui para a posse da Ana Regina há 15 dias. Hospitais públicos não conseguiam eleger diretor clínico, isto foi possível pela luta dos médicos aqui.   Apesar de tudo que ocorre ai fora o Servidor continua lutando pela qualidade da assistência ao seu usuário. Enquanto fora daqui, principalmente no serviço público, nós temos o caos na saúde. O Governo Federal joga a culpa nos médicos, dizendo que nós somos elitistas e que não queremos atender o povo pobre, não queremos trabalhar no SUS, é isso que coloca para a sociedade sobre nós. Essa condição que nos colocaram publicamente é muito ruim para nós, temos que recuperar nossa imagem e o Servidor hoje cumpre com o seu papel, com diretor clínico, garantindo eleições transparentes na Amiamspe, organizando os médicos, e trabalhando para uma assistência de qualidade ao seus usuários, que é o que nós temos que fazer, não só aqui, mas também fora do Servidor.

Quanto à nova gestão eu acredito que esse trabalho que o Otelo vem fazendo, o Mazzucato já fazia parte da diretoria e vai continuar fazendo e melhorar, e nas eleições sempre há um salto de qualidade, acho que devemos continuar juntos, todos nós, juntando nossas forças todas para enfrentar essa onda que veio contra nós, e que é difícil, para recuperar a imagem do médico. Então, espero que vocês façam uma gestão de sucesso e muito boa, parabéns a toda a diretoria, parabéns à todos nós”.

O Dr. Otelo passou a palavra ao Dr. Cid Carvalhais, presidente do Simesp.

Ele começou com a seguinte fala: “- o Otelo disse eu não sei se vocês têm tempo para ficarem aqui. Nós somos muito egoístas e vaidosos, então para o sindicato dos médicos de São Paulo é um ato de egoísmo e de vaidade, porque nós temos dois diretores que se sucedem na Amiamspe, o Otelo que é nosso diretor com muito orgulho há muito tempo e o Gerson que é nosso diretor com muito orgulho há muito tempo. Então não tenho nenhuma dificuldade em afirmar com absoluta dose de plena vaidade que a Amiamspe é um braço do sindicato.

Também nos falamos que o Florisval fez uma reflexão muito grande. Não sei se o governo federal criou escola em São Paulo ou se o governo de São Paulo deu metástase no governo federal, no que diz respeito à saúde. Porque o descalabro, o destrato, a espezinhada que o governo de São Paulo fez conosco médicos, é de uma vergonha tamanha que nós não podemos nos calar. Nos engodaram, nos mentiram, nos levaram de forma absolutamente crédula a endossar um projeto falido que foi a carreira de estado do médico de São Paulo. E nos impuseram isso desde o dia primeiro de janeiro até agora. E com todas as marchas e demarchas, que nós podemos presenciar nós vamos continuar a ser engodados. E dentro da Assembleia Legislativa, quando Marcos Martins era presidente da Comissão de saúde, discutimos com ele amplamente propostas de emendas de várias bancadas naquela paz assumida e a base de sustentação do governo passou por cima com um rolo compressor.

E entre outras coisas maravilhosas a ver do estado para o MEC, que reflete-se aqui no Iamspe, foi a diminuição do trabalho. Então nós temos uma grande dúvida, quem foi que criou escola de quem na saúde. Mas o fato real é que o desfio ai está, nós temos que no final de ano desejar à todos um bom Natal e boas festas, um feliz Anovo Novo, mas essa felicidade de 2014 tem que ser asfaltada com muita discussão. Ela tem que ser sedimentada com a consciência plena de que nós estamos sendo desafiados. A saúde do povo brasileiro está sendo jogada no lixo. A dignidade do médico está sendo achincalhada da forma mais vergonhosa possível. E não se pode pretender saúde, dignidade e cidadania com condições precárias da forma que ai está, em todos os cantos e recantos da cidade e do estado, e não há dúvida nenhuma que ai a vaidade outra vez nos toca de maneira muito significativa, porque a Amiamspe nos seus mais de 50 anos de tradição será um baluarte muito significativo nessa luta.

E quando estávamos assistindo a posse de uma entidade alguém contou uma história, que é comum em Portugal. Que aqueles que saem são chamados de insigne saintes; e que os que vem são chamados de insigne entrantes, eu morri de medo de ser chamado de insignificante. Feliz Natal para todos”.

A seguir o Dr. Otelo passou a palavra a Regina, que é presidente da Associação dos funcionários do Iamspe.

Disse ela: “- meus companheiros e companheiras, quero dizer que tenho muito orgulho de ter feito parte de várias lutas aqui com os nossos companheiros que estão saindo, e também com os que estão continuando, como o Dr. Gerson. Já nos ajudamos nessa luta, que é constante, e de governo é difícil falar. Porque como estou aqui há 28 anos a gente passa dificuldades tremendas e quando chega o final do ano temos várias caixas de surpresa. Ainda choro quando lembro do alguns companheiros médicos que foram demitidos, e até hoje não voltaram. O Dr. Odilon é um companheiro nosso que estava atendendo quando ele viu no cartão dele que não podia assinar. E até hoje ele não está aqui. É triste, então ainda sinto por esses meus companheiros que não voltaram. E luto junto com toda a classe, e todos os outros trabalhadores porque o que foi feito tanto no plano de carreira dos médicos, como da saúde no geral, foi muito ruim, descaracterizando e deixando nós os trabalhadores numa situação difícil. E agora uma surpresa a autarquia especial, que deveria nos ajudar e não nos destruir. Temos muito o que ver e estudar, e nos unir para não deixar acontecer como em outros hospitais, uma divisão entre pobres e quem pode mais. Isso é o que temos que fazer e é uma missão dessa diretoria. Estarmos juntos porque aqui nós não nos dividimos, e tenho orgulho quando Latif nosso superintendente, disse que só aqui nessa instituição vê essa proximidade, entre trabalhadores, funcionários e médicos. Porque isso é importante, porque somos trabalhadores iguais e eu sinto isso e defendo o médico como qualquer outro trabalhador, porque nós temos os melhores, tenho orgulho de dizer isso todos os dias, porque a nossa equipe é a melhor, e defenderei nossos trabalhadores sempre”.

O Dr. Otelo pediu a palavra ao Deputado Marcos Martins, ex-presidente da Comissão de Saúde na ALESP, e atual presidente da Frente Parlamentar em defesa do Iamspe. Incansável defensor dessa casa.

O Deputado Marcos Martins falou: “- Obrigado Otelo. Aproveito para cumprimentá-lo, saindo mas acho que fica aqui, só deixando o cargo. Dr. Gerson continuando. Drs. Cid, Florisvaldo, Dr. João, Regina, que é do Sindsaúde. Nós temos recebido ali as várias entidades, das várias lutas, idas e vindas.  Com os projetos que depois acabam não sendo exatamente aquilo que se pleiteou, ai os médicos ficam decepcionados. Os servidores ficam tristes, a correlação de forças não permite fazer alterações, apresentamos emendas, é pouquinho, mas não resolve. Desejo a toda a diretoria que vocês tenham um bom mandato, que consigam corresponder à expectativa, no fundo, é da população. Porque o alvo principal é a população que precisa ser atendida. Que consiga corresponder, que tenha o mínimo de condições para executar o trabalho, esse é o nosso desejo. Um feliz Natal e um próspero Ano Novo. Grande abraço à todos. Muita luta pela frente!”.

 

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